Desenvolvimento das 5 áreas da autoestima: área corporal

Memória: Alguns motivos por que a perdemos e como melhorá-la.


Vamos neste texto ajudá-lo a entender como se estruturou sua autoestima na área corporal.

Ao nascer, dependendo dos fatores hereditários e de como foi a minha gestação, vou ter características inatas que vão me favorecer ou não em relação a área corporal.

Quando favorecido, nasço com boa saúde e recursos para ter um desenvolvimento física, motor e psicomotor adequado. Seguindo a analogia que fizemos no post anterior, a “boca do recipiente corporal” é larga.

Quando nasço com desfavorecimentos na área corporal terei mais problemas de saúde, um desenvolvimento físico, motor e psicomotor alterado, que determinará uma “boca estreita” no recipiente da área corporal.

Depois do nascimento, tudo o que eu vivenciar nas trocas com o meio, vai ter uma referência positiva ou negativa, sendo as peças que ao longo do período de meu desenvolvimento vão ou não preencher os vasos das áreas de minha autoestima.

Recebo peças positivas em relação ao meu corpo, quando desde o nascimento tenho os cuidados necessários em relação a alimentação, higiene, repouso, saúde, aparência e orientação e supervisão em relação aos perigos externos, sem excessos nem negligencias.

Recebo peças negativas quando sou negligenciado em relação a maioria dessas necessidades.

Se, a “boca do vaso corporal for larga” e receber mais peças positivas do que negativas do meio externo, com facilidade o recipiente vai se preencher do positivo.

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Área corporal relativamente preenchida do positivo, vai me trazer uma vivencia de segurança e confiança em relação ao meu corpo. Vou me achar fisicamente adequada, vou confiar no meu senso estético e me sentir segura em relação a minha aparência.

Essa referência não tem nada a ver com padrão de beleza, mas com a sensação de segurança e produtividade adequada em relação a tudo o que for relacionado ao meu corpo.

Com isso terei introjetado o olhar avaliativo e a avaliação do outro não será mais sentida como a única verdadeira. Não gostaram da forma como me trajei? Levo em consideração a opinião alheia, mas não me desestruturo, podendo dizer: Vc não gostou? Mas eu sim. Saberei valorizar e cuidar de minha alimentação, sono, atividade física, higiene, estética e saúde, sem excessos nem negligencias.

Nessa condição, eu qualifico a opinião alheia. Posso até me nortear por ela, mas não me aprisiono a ela, tendo a liberdade interna de contestá-la, fazer da forma que entendo que é bom para mim.

Dentro desse contexto, tenho uma autoestima corporal adequada.

Em um outro contexto, se nascer com desfavorecimentos na área corporal e receber do meio externo poucas peças positivas, ou mesmo se tiver favorecimentos, mas receber excessivas peças negativas, o recipiente será precariamente preenchido ou mais preenchido do negativo.

Encerro o período da adolescência e entro na vida adulta com uma autoestima depreciativa na área corporal. Isso vai me trazer insegurança e descuido em relação ao meu corpo e tudo o que for relacionado a ele. Vou me achar fisicamente inadequada, não vou confiar no meu senso estético e me sentirei insegura em relação a minha aparência.

Não saberei valorizar e cuidar adequadamente de minha alimentação, sono, atividade física, higiene, estética e saúde

Com isso não terei introjetado o olhar avaliativo que continua na mão do outro e a avaliação externa será sentida como a única verdadeira. Não gostaram da forma como me trajei? Levo em consideração a opinião alheia, me desestruturo, me sinto insegura e procuro fazer o que o outro sugeriu para me sentir bem e valorizada.

A opinião alheia é excessivamente valorizada, em detrimento da minha forma de ver e sentir meu corpo e tudo o que ele pode me proporcionar.

Quando nascemos com favorecimentos inatos em relação ao nosso corpo que dão a área corporal um recipiente de “boca larga”, e, do nascimento até o início da vida adulta formos estimulados excessivamente nessa área, em detrimento das outras, entramos na vida adulta com a autoestima corporal inflada.

Vou me achar, investir tempo demais com o cuidado corporal, acreditando que através do corpo, da aparência, posso conseguir tudo.

Introjeto uma percepção de valor excessivo, me desprendo do olhar do outro, mas nesse contexto, negligencio completamente a opinião alheia.

O outro é desprezado em relação ao que acha sobre meu corpo e ao que estiver relacionado a ele. Eu “me acho” e me posiciono nesse contexto de forma arrogante, quase sempre com essa atitude, provocando no outro uma sensação de menos valia, fazendo-o acreditar que eu sou “o cara” e que ele é menos do que eu em relação a aparência e possibilidades corporais.

Se uma pessoa se atrever a se referir a mim com críticas em relação ao meu corpo, aparência ou possibilidades que ele me traz, eu não aceito e quase sempre “ataco” com atitudes de prepotência e arrogância. A única forma de me sentir bem, é defendendo o que sei que tenho potencializado.

Vemos na atualidade, um investimento excessivo na área corporal e uma falta de aceitação das limitações que o passar dos anos vão inevitavelmente trazendo.  Essa falta de aceitação muitas vezes acarreta comportamentos bizarros, como pessoas de 50, 60 anos, se comportando e vestindo como adolescentes, buscando retardar o passar do tempo.

Não podemos deixar de falar que quando por desfavorecimentos inatos, vivenciamos limitações acentuadas em relação ao corpo, desde cedo precisamos ser ajudados a investir mais nas outras áreas, nos potencializando onde é possível.

Depois dessas considerações, reflita em relação ao que pensa e sente em relação ao seu corpo e suas possibilidades, e quais são os hábitos que tem em relação a essa área.

Observando hábitos negativos em relação ao seu corpo se ocupe em alterá-los, entendendo que hábitos demoram a se estabelecer. Seja persistente e aos poucos conseguirá introjetar a percepção de valor e se desprender da avaliação alheia quanto a essa área, se sentindo valorizada e potencializada em relação ao seu corpo e as possibilidades que ele lhe traz.

Então, mãos à obra, investindo em sua área corporal de forma equilibrada.


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Até a próxima! ,)

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